As aquarelas de Edna Carla Stradioto conseguem transpor o comum e ela, por meio das águas, colorir papeis, dando formas que, no bom sentido, atormentam sua mente inquieta de raiz italiana, passando a ideia de que tudo é possível.
Os efeitos respingam no espectador tingindo sua retina e, como num passe de mágica, pinta seu coração. Com curta carreira – profissionalmente desde 2012, apenas –, ela já ultrapassou a barreira da produção voraz nas formas femininas de olhares fulminantes ao observador, e desde 2018 apresenta um olhar delicado que a fez suavizar suas aquarelas e concentrar-se numa paleta incomum de cores para a produção de variadas paisagens com o capim dos pampas. Nessa galeria de aquarelas é possível ver o melhor da produção artística da aquarelista nos últimos dois anos.
Atualmente a artista tem se descrito a si mesma com a frase “eu sou aquarela”, então não se espante se encontrar seu nome associado a hashtag com tal expressão.
#eusouaquarela
CRÍTICA DE ARTE
Abaixo, o crítico Werner Krapf, artista plástico, arte-educador e crítico de arte, apresenta uma análise sobre as aquarelas de Edna Carla Stradioto.
Percebe-se na trajetória de Edna Carla Stradioto uma latente necessidade de expressar-se como se fosse uma necessidade premente, quase visceral. Ao descolar-se de seus trabalhos de retratos e adentrar no universo das paisagens, o que toma conta não é a paisagem em si mesma, mas uma sensação que não deixa de se mostrar quase que por teimosia, que é a busca de uma compreensão do objeto em suas mais variadas facetas.
Neste sentido, não se admira o quanto de profícuo se fez o tema do capim dos pampas. Sua procura quase obsessiva pelo melhor gesto, pela justeza da técnica… pincel seco… ou pincel molhado… gesto rápido ou lento…, suas escolhas têm relação íntima com suas próprias expectativas no momento do ato criador.
É perceptível, ao adentrar em seu universo pictórico, observar uma qualidade muito própria daqueles que se detém na difícil tarefa de expressar-se através da aquarela, que é esta junção tênue entre a sensibilidade refinada, gestos delicados porém precisos. Além de uma capacidade imprescindível de criar um diálogo com a própria criação apercebendo-se do momento exato de abandonar a faina criadora visto que esta alcançou sua autonomia descolando-se de seu criador e tomando vida própria.
O que encontramos são aquarelas imbuídas de uma beleza inerente de forma dupla. Ao próprio objeto, sua qualidade que lhe é própria quanto à forma específica plasmada pela artista, sua escolha, seu recorte, que acaba por trazer à vida imagens de uma beleza plástica sensorialmente poética. O que nos faz retornar ao início destas linhas, do desejo, a partir da apreciação de seu trabalho, de tocar com suas próprias mãos as espigas do capim dos pampas, sentindo-lhe sua suavidade e apreciando sua beleza quase etérea.
O contato com esta temática abriu-lhe inúmeras possibilidades criativas, de pesquisa de gestuais, de incorporação destes em suas outras intencionalidades criativas extrapolando os próprios limites da representação do objeto avançando por outras paragens – da incorporação dos gestos em suas representações de retratos quanto em trabalhos de cunho abstrato em que a experimentação gestual e colorística se soma agora à sua sempre presente necessidade de expressar-se.
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